Veja em que nível de Multitarefa está e o quanto mantém a atenção no que é importante.
Tem um caso bem divertido que os Irmãos Villas Boas contam no seu livro sobre os indígenas Pataxós:
Uma mulher de uma comunidade indígena passava horas fazendo potes de barro e, quando deixava uma peça para secar ao se lado, vinha seu filho brincando e pulava em cima destruindo a peça. Ela pacientemente recolhia o barro do pote quebrado para o monte que estava usando e recomeçava a fazer um novo pote. Ela fez algumas peças bonitas e seu filho destruiu todas. O observador branco não se aguentou e foi até ela e questionou qual o sentido que ela via naquilo deixar o filho destruir peças tão bonitas fruto de um trabalho dedicado e perfeito. Ela olhou impaciente a pergunta do homem branco e respondeu: – “eu gosto de fazer os potes e ele gosta de quebrar”. Isso desmanchou o conceito de produção e resultado que o homem branco observador tinha.
Claro que na sociedade moderna não podemos nos dar ao luxo de ficar fazendo potes bonitos e funcionais e deixar que alguém amado que gosta de destruí-los simplesmente quebre-os todos, somente pelo prazer de estar despertos e sentido prazer por concentrar em fazê-los pela satisfação em si. Não temos tempo e nem recursos para tamanha experiência.
De outro lado seria limitado julgarmos isso como errado. As relações familiares e interpessoais naquele grupo indígenas eram saudáveis, respeitosas e de prosperidade social, pois as pessoas sabiam passar o seu tempo no que lhes era importante: fazer por um tempo o que realmente gostam, sem a pressão pelo resultado, desfrutando o fazer.
Se dedicar nosso tempo hoje para isso seria um luxo, sabemos bem que o papel de praticar hobbies nos serve muito para isso. Focar profundamente no que está fazendo, sem ficar desviando a atenção para outros afazeres ou estímulos. Não tem sido à toa que os livros de colorir viraram moda. Isso se dá porque precisamos realizar atividades que o prazer em si da realização nos crie recompensas positivas na nossa mente. Cada vez menos tempo para nosso hobby, cada vez mais surgem as dores, disfunções e os problemas de saúde.
Sem colocar a experiência indígena como modelo a ser seguido, ela nos é ao menos inspiradora: precisamos nos dedicar às coisas importantes, inteiros, focados e desfrutando o processo do realizar. Do contrário, perdemos cada vez mais o prazer com o produto final do que fazemos e criamos, até nos tornarmos insatisfeitos crônicos. As coisas começam virar um peso para suportar, seja o trabalho, a família, o relacionamento íntimo e com os amigos e colegas.
A situação com a velocidade tecnológica tem nos colocado num lugar muito oposto ao concentrar dedicado e alegre no que estamos fazendo. Estamos nos impondo ser Multitarefa. A aceleração da informação pelas novas tecnologias espraiou nosso conceito do que é importante e além do que realmente importante, vivemos nos distraindo com uma quantidade enorme de coisas a fazer que poderiam realmente ficar para depois de concentrarmos fortemente naquilo que estamos fazendo.
Inúmeros estudos e a experiência têm comprovado que nem a atividade complexa que podemos ter mais automatizada que é dirigir um veículo, é compatível com atender um celular ou até uma olhada no painel do rádio para trocar de estação. Muitos acidentes de consequências graves estão provando que multitarefa retira a qualidade de dedicação à tarefa principal. Estudos mediram que a cada recepção de uma mensagem no smartphone ou no desktop de um computador é capaz de retirar a nossa atenção por quase 60 segundos do assunto ou da atividade principal que estávamos fazendo. Na pesquisa, somando-se estes estímulos, um executivo organizacional “ligado” tem deixado seu cérebro ir para o “limbo” quase oito horas por semana. Decisões ou ações tomadas no momento do limbo podem ser depois irremediáveis como seria um acidente fatal, por exemplo, se estivéssemos dirigindo e trocando mensagens ou atendendo um chamado.
O que Mindfulness pode ajudar no caso do multitarefa: mudar hábitos, saber escolher o que é importante e se dedicar a cada tarefa com a merecida atenção que ela nos exige. Tirar nosso cérebro da zona obscura de achar que estamos dando conta e bem, para realmente focar fazer bem o que escolhemos o que deve ser feito.
Após o sucesso do primeiro webinário gratuito da Meditando no Dia a Dia, vamos lhes oferecer o próximo abordando o tema do Multitarefa e a Atenção Plena. Teoria, causos engraçados, prática e dicas efetivas serão compartilhadas com o internauta a fim de parar para pensar no que vem fazendo com suas energias, seu tempo e com os resultados que espera obter a partir daquilo que escolhe realizar.
Para garantir sua participação, acesse: https://meditandonodiaadia.com/palestra-on-line-gratuita-reduza-a-pressao-das-multitarefas-estando-em-atencao-plena/